terça-feira, 20 de agosto de 2013

A razão de...

É difícil quando todos eles se manifestam e você não sabe nem por onde prosseguir depois de tanto bla bla bla interno. Você ficaria horas ali parada pensando em qual palavra usar pra começar um discurso imenso que girará todo em volta de apenas um sentimento. Um sentimento que desencadeia tantos outros que não se educam,  e só se embaralham. E, muitas das vezes até ofuscam o brilho do sentimento central, aquele pelo qual comecei essa bagunça que as vezes até se organiza quando me somo com esse papel.
Eu ficaria horas aqui pensando e transcrevendo pro meu livro mental que é escrito na língua que só eu conheço, que apenas eu sou fluente. Sem tradutor. Mas horas me foge tudo que eu preciso pra prosseguir falando. Como se o caminho do livro até o cuspe de palavras fosse longo demais e eu o abandonasse ao meio. Como se minha conexão mental falhasse e eu ficasse muda. E muda agora, “muda”¿ Só fala logo essa bosta de amor que te faz de escrava a mais de um ano, porque a rainha Izabel não vai chegar pra te assinar uma liberdade que você mesma insistiu em se presidiar.
Não adianta, essa escravidão fica a quilômetros de distancia do seu autocontrole. Você não consegue mais comandar seus próprios joelhos, porque é amor demais que pesa seu corpo. E sua mente com seu livro paginado infinitamente, nem se fala. “Você ama sem discursos, sem frase de efeito, sem irresponsabilidades. E eu sei porque se não fosse tão forte, eu não ficaria sem palavras”, eu não tinha livro e eu não era escrava desses sentimentos que me resumem pobremente nesse papel. É o amor que dá as cartas, e eu sou apenas mera subalterna que o respeita com reverência.
Ninguém ama alguém com conjunções como “mas”, “porém” ou “contudo”. Isso só serve pra acomodar as palavras dentro de contextos semi conexos. “Eu a amo, mas ela não gosta de rock”, “eu sou apaixonado por ele, porém ele não tem um emprego decente”, “eu gosto dela, contudo ela mora a 20km de mim.” Ora, ninguém ama por gosto musical, por emprego impróprio ou divisas. Quem ama cuida, quer e gosta de estar perto. Sabe que amor é uma aventura carnal e emocional, e não mais uma moldura bonita pra você pregar na parede da sua vida.

A razão de amar é simples. Um e um são dois, pronto, acabou.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Plaqueado.



Se sentia menos morta e sonolenta, parecia que um fio invisível a ligava ao mundo que realmente valia a pena abrir os olhos todos os dias e respirar. Mas tanto faz, já que a corrente elétrica desse fio falhava as vezes, a expulsando do conto de fadas sem pré aviso, sem direito a advogado e a levando para o abatedouro onde uma guilhotina interpretara a próxima cena da Malhação. E guilhotina é o de menos, pois depois que a corda se solta, ela conta até três –sem sucesso- e lá se vai a cabeça, em companhia a sua alma já solta. O problema é a placa espelhada por toda mente, escrito –em caixa alta- Não foi por falta de aviso! E aí sobe aquelas letrinhas indicando que já chegou o fim e que se você quiser, pode trocar o canal. Entretanto, você fica lá, esperando até pelo menos a anunciação do próximo capítulo do que se mostrou o tempo todo ser um ciclo vicioso e que venha a ser futuramente infeliz. E assim, tudo que não gera felicidade, degenera.
(não datado).

terça-feira, 8 de maio de 2012

Vaivém.



Cinco minutos para meia-noite do dia cinzento. Meu café já esfriou e minha playlist preferida já não exerce a mesma função. O resto do mundo está sem graça e eu meu café gelado, também. Já passei 107 canais sentada nesse sofá com a cara de tédio que nasceu comigo e ficou. Porém não quero ficar presa nesse vácuo eterno de cinco minutos. Me liga faltando vinte segundos para meia-noite e me tira dessa rotina, mesmo não sabendo que conversa se tem essas horas. Ah, sei lá! Surge com uma proposta convincente que me faça ficar para escuta sem eu ter de achar tudo chato e bobagento e considerar os vinte segundos para meia-noite, um dia inteiro. Me prende a atenção. Diz que o meu filme independente que é dirigido pelo medo de dar errado, vai dar certo. Diz que conhece um lugar distante onde meus planos ridículos de melhora-contínua não precisarão me acompanhar. Diz que lá terá um desfile de cores e que a fila A inteira é minha. Diz...não diz nada! Os vinte segundos já se passaram e com isso levou o cinza do dia anterior e me deixou pronta para clarear o dia seguinte.

Adulterado.


Certos erros acontecem e as consequências tomam posse do seu corpo e principalmente do seu pensamento. O seu tempo se auto-distribui dentro de uma bolha que isola qualquer mera tentativa de novos ares. Tudo fica preso dentro de você e rondando pela bolha. Não se tem pra onde correr e esforços de escapamento se tornam mínimos. Você, se torna mínimo. É como ser o imbecil que chutou o castelo de areia que demoraram 5 horas para erguer. Ser a chuva do piquenique. Ser a pipa enrolada nos fios de alta-tensão. Ser o pneu furado no meio da estrada para o final de semana na praia. A energia que acabou no dia do último capítulo da novela. Puta que pariu! Você tem razão. Talvez eu tenha me perdido de mim mesmo para me tornar um idiota, e se um dia você conseguir perdoar um idiota, ligue pra mim. Tá feito. O maldito leite derramado não volta para dentro do copo.
Verdade, quem sabe da próxima tudo seja mais produtivo e o meu lado (inteiro) que se tornou idiota não se sobre-saia. Porque eu sei que me tornei um, pra você, pra ela, inclusive pra mim mesmo. Sei também que cheguei a morrer pra você, e dizem que quando morremos perdemos 21 gramas, mas o engraçado é que sinto como se subtraíssem meu corpo inteiro desse mundo. Não estou aqui, mas ainda posso voltar se você disser que sim. E se disser que não, tudo bem, ficarei como as mocinhas nos filmes, ouvindo canções do Oasis e esperando o roteirista decidir se vão ser felizes para sempre ou se é melhor ela tratar de viajar com as amigas. Se sim ou se não, só quero comecar a viver minhas coisas fora dessa bolha (e talvez desse mundo).


[Abril, 2012]

segunda-feira, 7 de maio de 2012

(Des)arrumando...





Eu era sozinha e me bastei por um bom tempo. Os meus medos, minhas reclamações, minhas chatices, minha preguiça de começar relações só por saber que o fim delas destruiria meu conforto e me daria mais uma vez o rótulo de ”rainha do gelo”. O gelo do meu coração é todo meu mas está aí nessa vitrine em forma de corpo pra quem quiser (conseguir) ver. Da mesma forma que está aí pra quem conseguir lapidar. E você consegue? O meu medo, minha reclamação, minha chatice, minha preguiça e meu gelo. Você consegue me arrumar sem bagunçar? Sem ser doloroso? Não começa dizendo que eu fico linda com medo, reclamando, sendo chata e com preguiça. Não diz que meus olhos são lindos. Não diz que divide isso tudo que é meu com você porque assim vou querer que você fique. Como também vou querer algo além dessa minha bagunça arrumada e da minha solidão (não mais) bastada. 

[Agosto, 2011]

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sobre enxergar...


O que eu tenho demonstrado pra você é justamente o que eu sempre quis demonstrar pra mim também. Entretanto, eu era impedida, fazendo com que eu achasse que o que eu queria e tinha pra demonstrar, eu propriamente não tinha. Mas você chegou, e além de me trazer você junto com você mesmo, você me trouxe boas sensações, bons sentimentos. Me fazendo desacreditar que bons sentimentos só são bons para os outros, sendo que isso não passa de uma troca bem intencionada. Em que você só vê isso, quando aprende a enxergar.

(twist-electric.tumblr.com)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

21:37

Que a sua má vontade seja regada pela minha indiferença.
As vezes que tentei aproximação tive você parcialmente, e eu não sei lidar com isso. É tão novo e tão indispensável.
Já nos somei e o resultado foi nulo. E a verdade é que isso não me intimida, mas também não me instiga, não me atiça. Afinal, o nulo não tem efeito.
Quero férias dessa bagunça, (na teoria e na prática) preciso de um refil de mim mesma, porque isso já me esgotou.